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Áudio Tuinaki Koixaru Karajá
Ixitkydkỹ significa “vestir” em inỹrybè, língua Inỹ Karajá
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Povo Inỹ Karajá

O povo Inỹ Karajá compreende pouco mais de 4 mil pessoas (IBGE, 2010) que são habitantes imemoriais do Rio Araguaia. Sua população aldeada está distribuída em aproximadamente 27 aldeias, que passam pelos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Pará (DSEI, 2020).¹


A sua língua é o inỹrybè, em que inỹ significa “nós” e rybè significa “modo de falar” (NUNES, 2016)², pertencente ao tronco linguístico Macro-Jê, que se divide em: Karajá, Javaé e Xambioá. Cada uma dessas etnias possui uma forma diferente de se comunicar, que varia de acordo com o sexo do falante. As diferenças nos modos de falar masculino e feminino são caracterizadas especialmente pela queda da consoante /k/ na pronúncia dos homens.
 

Toda a cultura Inỹ Karajá está diretamente relacionada com a sua cosmovisão de mundo, incluindo as histórias que envolvem a sua origem. A divisão social entre os gêneros não é somente expressa na língua, mas também em diversos outros aspectos de sua cultura, como nas produções manuais. As mulheres Inỹ Karajá tendem a ocupar mais os espaços residencial e doméstico, e são o esteio da língua materna e detentoras da memória genealógica, da mitologia e das práticas convencionais (NUNES, 2016).

 

Esta exposição digital é dedicada às mulheres Inỹ Karajá, visite-a e impressione-se com a rica tradição vestimentar desse povo por meio da curadoria colaborativa entre indígenas e não indígenas.

¹ Dados de 2020 do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) informam a existência de 27 aldeias Inỹ Karajá. Fonte: Projeto de Pesquisa (em andamento) Presença Karajá: tramas e trânsitos coloniais (UFG/Université de Liége). Mais informações, consultar o perfil do projeto no Instagram @presenca_karaja.

² NUNES, Eduardo Soares. Transformações Karajá: os “antigos” e o pessoal de “hoje” no mundo dos brancos, 2016, 609 f. Tese (Doutorado em Antropologia) ― Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, 2016.

Lasi

Descrição: corte de mecha de cabelo no topo da cabeça, similar a um topete, mantido levantado com a aplicação de uma resina vegetal chamada kowoji que deixa o cabelo com aspecto duro. Ela é extraída de uma árvore chamada pelos não indígenas de amescla ou breu-branco.

Matéria-prima: óleo extraído da árvore amescla, também chamada de breu-branco.

Contexto de uso, faixa etária e gênero: utilizado especialmente por moças chamadas de ijadòkòma, que tiveram a primeira menstruação, são virgens e ainda não se casaram. As mulheres já casadas usam o topete lasi somente quando atuam como brotyrè. Brotyrè são pessoas, podem ser homens ou mulheres, que se vestem de forma similar ao indivíduo que está passando por algum ritual, atuando como uma espécie de "aliados". Geralmente são familiares da pessoa que passa pelo ritual. O intuito é compartilhar a tensão psicossocial do momento, além de contribuir para o processo de parentesco entre os familiares e as gerações.

Áudio Eduardo Nunes
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Imagem 1

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2019)

Local: Aldeia de Fontoura/TO

Imagem 2

Descrição: ritual chamado Harubdè, relativo a primeira menstruação da moça.

Nome da moça: Wekuka M. Inỹ

Acervo pessoal da Waxiaki Karajá 

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Foto: Waxiaki Karajá (sem data)

Kuè

Descrição: objeto feito com penas de arara nas cores preta, amarela e vermelha, dispostas em forma de roseta de plumas, presas a uma tira de madeira a partir da cera de abelha. Apresenta no centro um dente de mamífero capivara. 

Matérias-primas: penas da ave arara, linha de algodão, dentes do mamífero capivara, cera de abelha. 

Dimensões: 

A) diâmetro: 10,3 cm; altura: 7 cm; peso: não informado

B) diâmetro: 9,5 cm; altura: 8,4 cm; peso: não informado 

Contexto de uso, faixa etária e gênero: objeto usado em par nas orelhas (uma unidade de kuè em cada orelha), similar a brincos. As penas são alinhavadas e unidas por linha de algodão ou cera de abelha formando uma roseta. Cada roseta possui um dente de capivara no miolo, revestido com linha de algodão. A cera de abelha ou a linha de algodão são utilizadas para o acabamento, unindo as penas de arara em forma de roseta, um dente de capivara e uma tira de madeira. O adorno é utilizado por meninos a partir de 3 anos de idade até se tornarem rapazes no ritual de iniciação masculina chamado Hetohokỹ, após isso, eles passam a usar outra espécie de brinco cujo miolo é uma madrepérola chamado de dohoruè. As meninas usam o brinco também a partir dos 3 anos de idade, até se casarem. Depois disso, elas o usam somente quando atuam como brotyrè. Brotyrè são pessoas, podem ser homens ou mulheres, que se vestem de forma similar ao indivíduo que está passando por algum ritual, atuando como uma espécie de "aliados". Geralmente são familiares próximos a pessoa que passa pelo ritual. O intuito é compartilhar a tensão psicossocial do momento, além de contribuir para o processo de parentesco entre os familiares e as gerações. 

Áudio Chang Whan
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Imagens 1, 2 e 3
Acervo: Museu Goiano Professor Zoroatro Artiaga (MUZA), Goiânia/GO. 

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2022)

Imagens 4 e 5

Acervo pessoal de Waxiaki Karajá 

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Foto: Juanahu Inỹ (2022)

Imagens 6 e 7

Acervo pessoal de Waxiaki Karajá 

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Artesã: Márcia Mytara Karajá

Foto: Juanahu Inỹ (2022)

Imagens 8 e 9

Acervo pessoal de Hetodidik Karajá 

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Foto: Indyanelle Marçal Garcia Di Calaça (2022)

Imagens 10 e 11

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Criança indígena: Tuinaki Karajá

Foto: Juanahu Inỹ (sem data)

Imagem 12

Local: Aldeia Fontoura/TO

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2019)

Dohoboraty

Descrição: objeto feito com penas de arara na cor vermelha, dispostas em forma de pingente em um cordel comprido de linha de algodão. Usado em conjunto com o brinco kuè.

Matérias-primas: penas da ave arara, linha de algodão.

Dimensões: 

A) diâmetro: 5,5 cm; altura: 22,2 cm; peso: não informado 

B) diâmetro: 6,5 cm; altura: 22,2 cm; peso: não informado 

Contexto de uso, faixa etária e gênero: objeto usado em par nas orelhas (uma unidade de dohoboraty em um kuè em cada orelha), em forma de pingente em um cordel. As penas são inseridas em uma linha de algodão, que será presa ao brinco kuè. As meninas usam a partir dos 3 anos de idade, até se casarem. Depois disso, elas usam somente quando atuam como brotyrè. Brotyrè são pessoas, podem ser homens ou mulheres, que se vestem de forma similar ao indivíduo que está passando por algum ritual, atuando como uma espécie de "aliados". Geralmente são familiares próximos a pessoa que passa pelo ritual. O intuito é compartilhar a tensão psicossocial do momento, além de contribuir para o processo de parentesco entre os familiares e as gerações. 

Imagens 1 e 2
Acervo: Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga (MUZA), Goiânia/GO. 

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2022)

Mỹrani

Descrição: objeto feito com linha de algodão e miçangas em formato retangular, com grafismos que podem aparecer nas cores amarela, vermelha, preta, branca ou azul; similar a um colar. Na parte inferior do adorno há sementes da árvore de aguaí (Thevetia peruviana) de cujo interior pendem rosetas de penas de arara. Possui cordel de algodão para amarrar o objeto no pescoço. O seu tamanho varia conforme a idade do indivíduo. O colar da imagem forma padrões do grafismo denominado Koékoé, produzido na Ilha do Bananal/TO, pela artesã Iracema Karajá e doado ao Museu Goiano Professor Zoroatro Artiaga em 2004. 

Matérias-primas: miçanga de vidro, linha de algodão, pena de arara, semente da árvore aguaí (Thevetia Peruviana). 

Dimensões: largura: 11 cm; altura: 34 cm; peso: 20 g. 

Contexto de uso, faixa etária e gênero: o colar de miçangas é usado tanto por homens quanto por mulheres. As mulheres, sendo crianças, jovens ou casadas, usam o colar durante as danças com Aruanã, mas depois de terem filhos param de usar e o uso fica restrito somente quando atuam como brotyrè. Brotyrè são pessoas, podem ser homens ou mulheres, que se vestem de forma similar ao indivíduo que está passando por algum ritual, atuando como uma espécie de "aliados". Geralmente são familiares próximos a pessoa que passa pelo ritual. O intuito é compartilhar a tensão psicossocial do momento, além de contribuir para o processo de parentesco entre os familiares e as gerações. 

Imagens 1, 2 e 3
Acervo: Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga (MUZA), Goiânia/GO. 

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2022)

Imagem 4

Acervo pessoal da Waxiaki Karajá

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Foto: Indyanelle Marçal Garcia Di Calaça (2022)

Nõhõ

Descrição: objeto feito a partir de um conjunto de cordões de algodão com miçangas de cor vinho, utilizado no pescoço similar a um colar. Utilizado por baixo do mỹrani. Produzido por Tereza Myrididi.

Matérias-primas: miçanga de vidro, linha de algodão. 

Dimensões: não informado

Contexto de uso, faixa etária e gênero: adorno usado por homens e mulheres, desde crianças até adultos. As mulheres jovens e casadas usam o colar durante as danças com Aruanã, mas depois de terem filhos param de usar e o uso fica restrito somente quando atuam como brotyrè. Brotyrè são pessoas, podem ser homens ou mulheres, que se vestem de forma similar ao indivíduo que está passando por algum ritual, atuando como uma espécie de "aliados". Geralmente são familiares próximos a pessoa que passa pelo ritual. O intuito é compartilhar a tensão psicossocial do momento, além de contribuir para o processo de parentesco entre os familiares e as gerações. 

Imagem 1

Acervo pessoal da Wequed Karajá. 

Foto: Tuinaki Karajá (2022)

Imagem 2

Descrição: mulheres Inỹ Karajá atuando como Brotyrè.

Acervo pessoal do Juanahu Inỹ

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO. 

Mulheres indígenas: Kokoa Kamaiwra e Ixyse Karajá

Foto: Juanahu Inỹ (sem data)

Dexi

Descrição: objeto estruturado em formato cilíndrico, feito de fios de algodão na cor vermelha, tingido com urucum. Em sua confecção utiliza-se uma agulha de metal a partir de uma técnica similar ao crochê. Apresenta um cordão em cada uma das extremidades. 

Matérias-primas: fios de algodão, tinta da semente da árvore urucum. Atualmente, algumas artesãs já compram o barbante vermelho no mercado, enquanto outras realizam o tingimento com pigmentos naturais. 

Dimensões: 

A - diâmetro maior: 35,5 cm; diâmetro menor: 30 cm; largura: 10 cm, 11,4 cm; altura: 13 cm; peso: 90 g; 

B - diâmetro maior: 35,7 cm; diâmetro menor: 30,5 cm; largura: 9,8 cm; 11,9 cm; altura: 13 cm; peso: 90 g 

Contexto de uso, faixa etária e gênero: objeto usado em par nos punhos (uma unidade de dexi em cada punho), similar a braceletes. Eles podem ser usados de 3 formas: 1) juntamente com um par de wokudexi em cada bracelete, totalizando quatro unidades de wokudexi; 2) podem ser usados com um par de dexiwerau, sendo uma unidade em cada bracelete; 3) ou podem ser usados com um par de bywiru em cada bracelete, totalizando quatro unidades de bywiru. O bracelete dexi pode ser usado desde bebê até adulto, tanto por homens quanto por mulheres, variando de tamanho conforme a faixa etária. As mulheres casadas usam esse adorno durante as danças com Aruanã, mas depois de terem filhos param de usar e o uso fica restrito somente quando atuam como brotyrè. Brotyrè são pessoas, podem ser homens ou mulheres, que se vestem de forma similar ao indivíduo que está passando por algum ritual, atuando como uma espécie de "aliados". Geralmente são familiares próximos a pessoa que passa pelo ritual. O intuito é compartilhar a tensão psicossocial do momento, além de contribuir para o processo de parentesco entre os familiares e as gerações. 

Imagens 1 a 9

Acervo:  Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga (MUZA), Goiânia/GO. 

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2022)

Imagem 10

Descrição: agulha de metal usada para a confecção do dexi. A ponta da agulha tem uma pequena curvatura, que permite o entrelaçar do fio de algodão, a partir de uma técnica similar ao crochê.

Acervo pessoal de Mahiru Karajá

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Foto: Indyanelle Marçal Garcia Di Calaça (2022)

Wokudexi

Descrição: objeto feito com fios de algodão na cor vermelha, confeccionado segundo a técnica de passamanaria, presas a cordel para amarração na parte superior e solto na parte inferior, tingido com urucum. Apresenta um conjunto de franjas pingentes, formada por fios do mesmo material. Usado em conjunto com o dexi (similar a um bracelete). 

Matérias-primas: fios de algodão, tinta da semente da árvore urucum. Atualmente, algumas artesãs já compram o barbante vermelho no mercado, enquanto outras realizam o tingimento com pigmentos naturais. Dimensões objetos Imagem 1: 

A - largura menor: 9,5 cm, largura maior: 83 cm; altura: 43 cm; peso: 42g; B - largura menor: 9 cm, largura maior: 89 cm; altura: 42 cm; peso: 43g 

Dimensões objetos Imagens 2 a 6: 

A - largura menor: 8 cm, largura maior: 62,5 cm; altura: 33 cm; peso: 38g; B - largura menor: 7,5 cm, largura maior: 65 cm; altura: 34 cm; peso: 38 g 

Contexto de uso, faixa etária e gênero: objeto usado em dois pares nos punhos (duas unidades de wokudexi em cada punho), totalizando quatro unidades de wokudexi. Eles são usados sempre em conjunto com o dexi (similar a um bracelete). Uma unidade é usada amarrada na parte da frente do bracelete próximo aos punhos e possui comprimento um pouco menor que a outra unidade usada na parte posterior, mas amarrada no braço. O adorno pode ser usado desde criança até adulto, tanto por homens quanto por mulheres. As mulheres casadas usam o adorno durante as danças com Aruanã, mas depois de terem filhos param de usar e o uso fica restrito somente quando atuam como brotyrè. Brotyrè são pessoas, podem ser homens ou mulheres, que se vestem de forma similar ao indivíduo que está passando por algum ritual, atuando como uma espécie de "aliados". Geralmente são familiares próximos a pessoa que passa pelo ritual. O intuito é compartilhar a tensão psicossocial do momento, além de contribuir para o processo de parentesco entre os familiares e as gerações. 

Imagem 1

Produzido na Aldeia Santa Isabel do Morro/TO, pela artesã Komytira Karajá (já falecida) e doado pela sua filha Waxiaki Karajá ao Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga em 2022, a partir do projeto “A Pluralidade do Vestir no Brasil: alinhavando histórias e saberes originais Iny Karajá”, com patrocínio da chamada RE-FARM CRIA 2022; para compor a exposição digital "Ixitkydkỹ: um olhar sobre os vestires tradicionais das mulheres Inỹ Karajá". 
Acervo:  Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga (MUZA), Goiânia/GO. 

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2022)

Imagens 2 a 6

Acervo:  Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga (MUZA), Goiânia/GO. 

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2022)

Imagem 7

Local: Aldeia Fontoura/TO

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2019)

Bywiru

Descrição: objeto feito com fios de algodão na cor preta, presas a cordel para amarração na parte superior e solto na parte inferior a partir de um conjunto de franjas pingentes, formada por fios do mesmo material, tingido de preto. Apresenta também na parte superior vários pingentes de penas de arara na cor vermelha de comprimento menor sobre as franjas e. Usado em conjunto com o dexi (similar a um bracelete). Este da imagem foi produzido na aldeia Santa Isabel do Morro/TO, pelas artesãs Lubè Karajá e Nadirene Narubia.

Matérias-primas: fios de algodão, tinta de cor preta extraída da casca da árvore chamada de bexikò (na língua materna do povo) e quando não encontram essa árvore, fazem uso do jenipapo. Atualmente, algumas artesãs já compram o barbante preto no mercado, enquanto outras realizam o tingimento com pigmentos naturais. 

Dimensões: 

1º Par: 

A - largura: 15 cm; altura: 24 cm; peso: 48g 

B - largura: 15 cm; altura: 27 cm; peso: 62g 

2º Par: 

A - largura: 14 cm; altura: 24 cm; peso: 45g 

B - largura: 15 cm; altura: 26 cm; peso: 50g 

Contexto de uso, faixa etária e gênero: objeto usado em dois pares nos punhos (duas unidades de bywiru em cada punho), totalizando quatro unidades de bywiru. Eles são usados sempre em conjunto com o dexi (similar a um bracelete). Uma unidade é usada amarrada na parte da frente do bracelete próximo aos punhos e possui comprimento um pouco menor que a outra unidade usada na parte posterior, mas amarrada no braço. O adorno pode ser usado desde criança até adulto, especialmente por mulheres. As mulheres casadas usam o adorno durante as danças com Aruanã, mas depois de terem filhos param de usar e o uso fica restrito somente quando atuam como brotyrè. Brotyrè são pessoas, podem ser homens ou mulheres, que se vestem de forma similar ao indivíduo que está passando por algum ritual, atuando como uma espécie de "aliados". Geralmente são familiares próximos a pessoa que passa pelo ritual. O intuito é compartilhar a tensão psicossocial do momento, além de contribuir para o processo de parentesco entre os familiares e as gerações.

Imagem 1
Acervo pessoal da Waxiaki Karajá 

Foto: Juanahu Inỹ (2022)

Imagem 2

Acervo pessoal de Waxiaki Karajá 

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Artesã: Márcia Mytara Karajá

Foto: Juanahu Inỹ (2022)

Dexiwerau

Descrição: objeto feito com fios de algodão na sua cor natural, presas a cordel para amarração na parte superior e solto na parte inferior com um conjunto de pingentes, formados a partir de fios do mesmo material que sustentam miçangas na cor branca, sementes da árvore aguaí (Thevetia peruviana) e penas de arara nas cores amarela, vermelha, azul e verde. Adorno usado em conjunto com o dexi (similar a um bracelete). 

Matérias-primas: penas da arara, sementes da árvore aguaí (Thevetia Peruviana), linha de algodão, miçanga de vidro. 

Dimensões: 

A - largura: 20 cm; altura: 31 cm; peso: 13 g; 

B - largura: 20 cm; altura: 29 cm; peso: 17 g. 

Contexto de uso, faixa etária e gênero: objeto usado em par nos punhos (uma unidade de dexiwerau em cada punho). Eles são usados sempre em conjunto com o dexi (similar a um bracelete), cada unidade é amarrada a cada bracelete. O adorno pode ser usado desde criança até adulto, especialmente por mulheres. As mulheres casadas usam o adorno durante as danças com Aruanã, mas depois de terem filhos param de usar e o uso fica restrito somente quando atuam como brotyrè. Brotyrè são pessoas, podem ser homens ou mulheres, que se vestem de forma similar ao indivíduo que está passando por algum ritual, atuando como uma espécie de "aliados". Geralmente são familiares próximos a pessoa que passa pelo ritual. O intuito é compartilhar a tensão psicossocial do momento, além de contribuir para o processo de parentesco entre os familiares e as gerações.

Imagens 1 a 6
Acervo:  Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga (MUZA), Goiânia/GO. 

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2022)

Imagem 7
Acervo pessoal de Waxiaki Karajá 

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Foto: Juanahu Inỹ (2022)

Tuù

Descrição: objeto feito de entrecasca de árvore com grafismos de cor preta. O da imagem apresenta padrões do grafismo denominado Narihi rurti. Foi produzido na aldeia Santa Isabel do Morro/TO pela artesã Lavarideru Karajá e pintado por Waxiaki Karajá (sem data). A palavra tuù, pode ter variações de acentuação de acordo com as aldeias, alguns chamam de tùù e outros de tuu.

Matérias-primas: entrecasca de árvore. Pode-se utilizar três árvores diferentes para a confecção do tuù, na língua materna do povo as árvores são chamadas de: krakra, adehyrè e habukòdè. A tinta de cor preta é obtida a partir do jenipapo para realizar o grafismo.

Dimensões: largura maior: 28,5 cm; largura menor: 9 cm; altura maior: 188 cm; altura menor: 54,3 cm; peso: não informado 

Contexto de uso, faixa etária e gênero: objeto utilizado no quadril, a partir de uma amarração, similar a tanga. Adorno utilizado somente por mulheres, sejam elas crianças, jovens ou idosas. Antigamente, o seu uso era cotidiano, como se fosse uma espécie de calcinha. Uma única mulher poderia ter vários tuù. Entretanto, atualmente é usado somente nas danças com Aruanã ou quando atuam como brotyrè. Brotyrè são pessoas, podem ser homens ou mulheres, que se vestem de forma similar ao indivíduo que está passando por algum ritual, atuando como uma espécie de "aliados". Geralmente são familiares próximos a pessoa que passa pelo ritual. O intuito é compartilhar a tensão psicossocial do momento, além de contribuir para o processo de parentesco entre os familiares e as gerações. 

Áudio Nei Clara de Lima
00:00 / 01:36
Imagem 1

Acervo pessoal da Waxiaki Karajá

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Foto: Juanahu Inỹ (2022)


Imagem 2

Local: Aldeia Fontoura/TO

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2019)

Imagem 3

Acervo pessoal da Hatokiru Karajá

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Artista: Hatokiru Karajá

Foto: Juanahu Inỹ (2022)

Imagem 4

Local: Aldeia Fontoura/TO

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2019)

 

Documentário:

Identidade visual: Bel Lavratti

Direção e filmagem: Juanahu Inỹ

Edição: Indyanelle Marçal Garcia Di Calaça

Artistas: Hatokiru Karajá e Ijararu Karajá

Tradução: Sinvaldo Oliveira (Wahuka)

Ano: 2022

Txubola

Descrição: objeto feito com fios de algodão formando uma faixa estreita na cor preta, e tingido na cor preta, a partir do uso de uma moldura de madeira, com uma técnica especial similar ao tear, onde a moldura não possui pregos em suas laterais. Em cada extremidade da faixa há uma alça, com a presença de um pedaço de cordel em cada lado para amarração no corpo. 

Matérias-primas: fios de algodão, tinta de cor preta extraída da casca da árvore chamada de bexikò (na língua materna do povo).

Dimensões: largura: 86,5 cm; altura: 5,2 cm; peso: 37g 

Contexto de uso, faixa etária e gênero: objeto utilizado no quadril, similar a cinta, colocada abaixo do tuù (similar a tanga, feito de entrecasca de árvore) para proteger a pele durante a amarração. Objeto utilizado exclusivamente por mulheres, desde crianças até idosas. 

Imagem 1
Acervo:  Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga (MUZA), Goiânia/GO. 

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2022)

Imagem 2
Acervo pessoal da Waxiaki Karajá. 

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Foto: Juanahu Inỹ (2022)

Imagem 3
Acervo pessoal da Wequed Karajá. 

Local: São Félix do Araguaia/MT

Foto: Kauan Kumahira Alves Karajá (2022)
 

Dekobutè

Descrição: objeto em formato circular na cor vermelha, confeccionado com fios de algodão e tingido com urucum. Feito com uma agulha de metal a partir de uma técnica similar ao crochê, formando uma faixa estreita, onde está localizado dois miolos de pingentes em forma de franjas do mesmo material nas duas extremidades. 

Matérias-primas: fios de algodão, tinta da semente da árvore urucum. 

Dimensões: 

A - largura: 15  cm; altura: 59 cm; circunferência: 31,5 cm; peso: 40g; 

B - largura: 16 cm; altura: 61 cm; circunferência: 33 cm; peso: 40 g. 

Contexto de uso, faixa etária e gênero: objeto usado em par na perna abaixo dos joelhos (uma unidade de dekobutè em cada perna). Usado em conjunto com um par de wlairi. O adorno pode ser vestido por crianças, mulheres e homens. As mulheres casadas usam o dekobutè durante as danças com Aruanã, mas depois de terem filhos param de usar e o uso fica restrito somente quando atuam como brotyrè. Brotyrè são pessoas, podem ser homens ou mulheres, que se vestem de forma similar ao indivíduo que está passando por algum ritual, atuando como uma espécie de "aliados". Geralmente são familiares próximos a pessoa que passa pelo ritual. O intuito é compartilhar a tensão psicossocial do momento, além de contribuir para o processo de parentesco entre os familiares e as gerações.

Áudio Lilian Brandt
00:00 / 01:49

Imagens 1 e 2

Acervo:  Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga (MUZA), Goiânia/GO. 

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2022)

Imagem 3

Acervo pessoal da Waxiaki Karajá. 

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Foto: Juanahu Inỹ (2022)

Imagem 4

Local: Aldeia Fontoura/TO

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2019)

Imagem 5

Descrição: agulha de metal usada para a confecção do dekobutè. A ponta da agulha tem uma pequena curvatura, que permite o entrelaçar do fio de algodão, a partir de uma técnica similar ao crochê.

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Acervo pessoal de Mahiru Karajá

Foto: Indyanelle Marçal Garcia Di Calaça (2022)

Wlairi

Descrição: objeto feito com fios de algodão na cor vermelha, confeccionado segundo a técnica de passamanaria, presas a cordel para amarração na parte superior e solto na parte inferior, tingido com urucum. Apresenta um conjunto de franjas de pingentes, formada por fios do mesmo material. 

Matérias-primas: fios de algodão, tinta da semente da árvore urucum. 

Dimensões: 

A - largura menor: 31,5 cm; largura maior: 86,5 cm; altura: 37 cm; peso: 223 g; 

B - largura menor: 31 cm; largura maior:106 cm; altura: 38 cm; peso: 231 g. 

Contexto de uso, faixa etária e gênero: objeto usado em par na perna abaixo dos joelhos (uma unidade de wlairi em cada perna). Usado em conjunto com um par de dekobutè, usado sempre abaixo do dekobutè. O adorno pode ser utilizado por crianças, mulheres e homens. As mulheres casadas vestem o wlairi durante as danças com Aruanã, mas depois de terem filhos param de usar e o uso fica restrito somente quando atuam como brotyrè. Brotyrè são pessoas, podem ser homens ou mulheres, que se vestem de forma similar ao indivíduo que está passando por algum ritual, atuando como uma espécie de "aliados". Geralmente são familiares próximos a pessoa que passa pelo ritual. O intuito é compartilhar a tensão psicossocial do momento, além de contribuir para o processo de parentesco entre os familiares e as gerações. 

Imagens 1 a 3

Acervo: Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga (MUZA), Goiânia/GO. 

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2022)

Imagem 4

Local: Aldeia Fontoura/TO

Foto: Hawalari Coxini e Rafaella Coxini (2019)

Lòrilòri

Descrição: objeto feito com fibra vegetal flexível em forma de touca, revestido de penas fixadas nos intervalos dos nós do retículo, e vestido na cabeça. Podendo ser encontrados com penas de tamanhos e cores variadas. Este da imagem é feito predominantemente de penas vermelhas, e algumas amarelas. Apresenta o uso de miçangas na cor azul-claro.

Matérias-primas: fibra vegetal, penas, miçangas de vidro

Dimensões: não informado

Contexto de uso, faixa etária e gênero: os tamanhos e cores das penas são bastante variados, no entanto, aqueles feitos de plumas de arara-vermelha são restritos ao uso das meninas. O adorno pode ser usado por crianças, homens e mulheres de diferentes faixas etárias. No entanto, seu uso atualmente é menos comum devido ao seu alto custo de produção, sendo por isso usado especialmente pelas crianças. Considerado um adorno similar a coifa, touca, cocar; sendo, portanto, o único cocar tradicionalmente usado pelas mulheres Inỹ Karajá.

Áudio Manuelina Duarte
00:00 / 01:18

Imagens 1 e 2

Acervo pessoal de Hetodidik Karajá 

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Foto: Indyanelle Marçal Garcia Di Calaça (2022)

Imagem 3

Local: Aldeia Santa Isabel do Morro/TO

Criança indígena: Ijahiru

Foto: Juanahu Inỹ  (sem data)

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